domingo, 22 de junho de 2014

Espanha 0x2 Chile

Vargas: exemplo de jogador bom que pegou uma doença chamada Grêmio, fez uma temporada ruim, mas deu a volta por cima (Foto: Getty Images)

ESPANHA

Reparem no cabelo de Iniesta. Há no grisalho dos fios da cabeça do craque espanhol na conquista de 2010, na corrida perdida do Sérgio Ramos, a definição do caos que a Fúria vive. A Espanha, como tudo na vida, envelheceu. Não apenas no sentido físico. Ficou manjada. A curva entrou na decrescente e aí, amigo, aí não dá pra voltar mais. Enfrentando a ira das arquibancadas, a Espanha não se encontrou em campo nas duas partidas que disputou até aqui. É claro que há o mérito dos adversários – Chile e Holanda serão duros adversários nas oitavas, mas não há como negar a falta de força de reação da roja. Não acho, todavia, que uma renovação era necessária para essa copa. Sou sempre favorável ao arrastar até gastar e muito sofri na vida por causa disso – e a Espanha agora também. Mas sigo achando importante ir até o fundo sempre, vivenciando tudo no volume máximo. E é o que os espanhóis fizeram. Dificilmente surgirá no país uma geração tão sensacional como essa, bicampeã da Eurocopa e dona do único título mundial até o momento. Tirar dela tudo o que dá, raspar a panela do brigadeiro até o final, até o momento em que o resultado na colher que raspa tem gosto de panela. E aí talvez tenha chegado a hora de fazer a janta.

CHILE

Me surpreende muito a campanha chilena até aqui – positivamente. Donos de uma inegável vocação ofensiva, os chilenos, antes da competição começar, tinham seu desempenho posto em dúvida devido a baixa estatura do time como um todo e principalmente de sua zaga. Tá certo que os desafios até aqui não foram lá muito provadores, um jogo contra a Austrália onde a equipe sofreu um gol e na sequência partida contra uma Espanha tonta e sem intimidade algum com cruzamento para dentro da área, mas o Chile vai se saindo muito bem até aqui.
Será também, muito provavelmente, o adversário do Brasil nas oitavas – enfrentará nossa seleção pela terceira vez nas últimas cinco copas. Não é favorito, mas vem jogando melhor do que os brasileiros.

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